Biografia
Mário Laginha nasceu em Lisboa em 1960.
Estudou no Conservatório Nacional com os professores Jorge Moyano e Carla Seixas, tendo terminado o Curso Superior de Piano com a classificação máxima. Paralelamente, dedicou-se ao jazz, participando em várias formações.
Foi distinguido com os prémios de melhor composição, melhor instrumentista e melhor grupo (referente ao seu quarteto) pelo concurso de Jazz e Música improvisada, promovido pela Secretaria de Estado da Juventude e integrado no programa Cultura e Desenvolvimento (1990).
Foi um dos fundadores do Sexteto de Jazz de Lisboa, em 1984. Escreveu pela primeira vez para uma formação alargada quando, em 1987, formou o Decateto de Mário Laginha, com o qual participou no Festival de Jazz em Agosto, da Fundação Calouste Gulbenkian.
O seu primeiro disco, HOJE, foi gravado em 1994, em quinteto com o saxofonista inglês Jullian Argüelles, o guitarrista Sérgio Pelágio, o contrabaixista Bernardo Moreira e o baterista Alexandre Frazão, editado pela Farol.
Compôs para algumas curtas-metragens e para o filme “Passagem por Lisboa”, de Eduardo Geada. Escreveu música também para teatro: “Estudo para Ricardo III / Um Ensaio sobre o Poder” e “Berenice” (ambos com encenação de Carlos Pimenta e apresentados no Teatro Nacional D. Maria II). Em 2001 apresentou em estreia mundial a obra escrita para orquestra “Mãos na Pedra Olhos no Céu”, uma encomenda da Porto 2001 Capital Europeia da Cultura, apresentada na cerimónia de abertura oficial. Em 2005 estreou “Até aos Ossos”, obra escrita para o Remix e encomendada pela Casa da Música.
O trabalho em duo tem marcado fortemente o seu percurso.
Quer como pianista, quer como compositor, Mário Laginha tem estado directamente ligado à carreira de Maria João. Gravaram juntos dez álbuns e deram centenas de concertos por todo o mundo, em eventos tão prestigiados como Festival de Jazz de Montreux, Festival do Mar do Norte, Festival de Jazz de San Sebastian, Festival de Jazz de Montreal, entre muitos outros.
Em 1991, integrou o grupo Cal Viva nas gravações do álbum SOL (Enja); em 1993, registou em duo com a cantora o álbum DANÇAS (PolyGram/Verve); em 1996, gravaram FÁBULA (PolyGram/Verve), disco que contou ainda com a participação de Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Kai Eckhardt e Ricardo Rocha. Da encomenda de um trabalho temático centrado sobre as músicas do Índico, feita pela Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, resultou o álbum COR, com a participação de Wolfgang Muthspiel e Trilok Gurtu,
Compôs e arranjou LOBOS, RAPOSAS E COIOTES para a Orquestra Filarmónica de Hannover, dirigida pelo Maestro Arild Remmereitt, em 1999 (Universal/Verve).
No ano seguinte editou, ainda com Maria João, CHORINHO FELIZ (Universal/Verve), também uma encomenda da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, desta vez para assinalar os 500 anos do achamento do Brasil, que conta com a participação de Gilberto Gil, Lenine, Armando Marçal, Toninho Ferragutti, Nico Assumpção e o percussionista norueguês Helge Norbakken.
Em 2002 editam o álbum UNDERCOVERS, disco de versões de autores tão diversos como Sting, Björk, Caetano Veloso, U2, Tom Waits, etc, e dois anos depois TRALHA, novamente de originais. Ambos contam com a participação de Mário Delgado, Alexandre Frazão, Yuri Daniel, Miguel Ferreira e Helge Norbakken.
Desde finais dos anos 80 que Mário Laginha toca regularmente com Pedro Burmester, tendo gravado, ao vivo, o disco DUETOS (editado pela Farol em 1994). Os dois pianistas interpretam compositores do século XX, como Ravel, Samuel Barber e Aaron Copland.
Em 1998 inicia uma estreita colaboração musical com Bernardo Sassetti, com quem edita, em 2003, o álbumMÁRIO LAGINHA E BERNARDO SASSETTI. No ano seguinte, gravam GRÂNDOLAS, encomendada no âmbito das comemorações dos 30 anos do 25 de Abril. Foram ainda convidados a tocar com a Sinfonieta de Lisboa, conduzida pelo maestro Vasco Pearce de Azevedo, e Orquestra Clássica da Madeira, dirigida pelo maestro Rui Massena.
Como compositor, Mário Laginha tem escrito para diversas formações, como a Big Band da Rádio de Hamburgo, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Filarmónica de Hannover, Remix, Drumming e Orquestra Nacional do Porto.
Tem também tocado ao lado de prestigiados nomes, tais como Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Cristof Lauer, Julian Argüelles, Steve Argüelles, Kai Ekkart, Trilok Gurtu e Howard Johnson.
Gravou o seu primeiro trabalho a solo, CANÇÕES E FUGAS, em 2005, projecto que foi apresentado em estreia absoluta no grande auditório da Culturgest.
Em 2007, grava “Espaço” com o seu Trio. Neste trabalho, Mário Laginha explora os pontos de contacto, as coincidências conceptuais e as “inspirações” mútuas entre duas disciplinas nobres: a música e a arquitectura.
Mário Laginha retoma a sua parceria com Maria João com um novo trabalho, “Chocolate”, um disco com uma sonoridade mais “jazzy”, com originais e versões de standards.
Este novo álbum, lançado em Novembro, é também comemorativo do seu primeiro trabalho em conjunto.